quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

(observação: agora qualquer um pode comentar aqui, mesmo sem contas no google, ou no blogger ou etc.)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Portas da Felicidade


Estamos num programa de auditório e um sujeito com cara de bobo está parado em frente a três portas.

A platéia berra, agoniada: uummdoiiiisummmtreeeessdoisssummm.

O sujeito com cara de bobo se encaminha timidamente a porta do meio. Abre, com medo, e eis que surge um outro sujeito, fantasiado de macaco, GRITANDO MUITO ALTO E PULANDO E RUGINDO.

Nosso herói se assusta e caí no chão.

A produção pega o orangotango pelos braços, mete ele de volta na porta do meio e a fecha.

O sujeito com cara de bobo se levanta e, dessa vez, anda com passos firmes até a porta da direita.

Abre.

Entra

e

fecha a porta atrás de si.

(silêncio absoluto)



Em seguida:

O apresentador do programa de auditório dá a deixa.

Uma moça com roupas justas começa a fazer propaganda de cosméticos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


Yesterday Upon the Stair

I met a man who wasn't there

He wasn't there again today

Oh how I wish he'd go away

(William Hughes Mearns)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Assim Foi

Já fui um Ser Encantado, já fui Hobbit, às vezes fui filho, já fui pai, frequentemente sou irmão mais velho ou mais novo.

As coisas me moldam com facilidade variável, mas nunca deixo, e penso que nunca deixarei, de ser moldável e essencialmente mutável.

Uma das minhas formas recorrentes é a do autômato que lê livros. É tambem um andróide que carrega um mistério calado consigo, mas que traz, talvez paradoxalmente, a história de sua vida na ponta da língua.

O autômato surge de modo reverso ao da borboleta. Gradualmente, me transformo, de coisa viva e móvel em casulo metálico, que ecoa com meus passos pesados.

Acho que já entenderam que não tenho forma definitiva. Nem autômato nem borboleta, sou coisas diferentes em tempos diferentes, mas as transformações precisam ser motivadas por algo.

...

Sabem como deixei de ser autômato da última vez?

Foi obra de uma menina. Ela se aproximou de mim, um dia, e passou a mão suavemente sobre meu braço. Assim, deixei cair todo o pó metálico que me cobria o corpo e que tolhia meus movimentos de ser fugidio.

Assim foi.



(nota: este texto foi para os dois blogs, porque achei que assim cabia)